quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Nota Musical X: Os 10 álbuns mais importantes dos anos 2000

Último dia de 2009... e muitos sequer lembraram que hoje também é o último dia da década de 00 (ou dos anos 2000, pra ficar menos estranho)! Seguindo a moda das retrospectivas e afins, tecnicamente já é possível fazer listas sobre esta década que se acaba. Sendo este blog um blog sobre música - mais especificamente sobre "álbuns de cabeceira" - nada mais justo do que fazer uma listinha dos 10 discos mais importantes do Rock na década.

Adotei como referência bibliográfica o livro 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, do escritor Robert Dimery, que lista 1001 discos essenciais na história da música. Tudo bem, ele só vai até 2007, mas já serve de boa referência. Além do mais, é difícil entender a importância de álbuns lançados há apenas alguns anos... E lembrem-se: estou falando de importância, e isso pressupõe sucesso, influência, coerência com o cenário musical da época, etc. Coisas muito boas/legais podem ficar de fora, mas isso não significa que o que está na lista é ruim/chato demais. Também não adianta colocar na lista o álbum instrumental de uma banda de Rock Paquistanês, por melhor que ele seja, se ele não é de domínio popular.

Bem, segue minha lista. E que venha o apedrejamento.

01. American Idiot (Green Day)











02. All That You Can't Leave Behind (U2)











03. Is This It (The Strokes)











04. Parachutes (Coldplay)











05. Elephant (White Stripes)











06. Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (Arctic Monkeys)










07. In Rainbows (Radiohead)










08. Franz Ferdinand (Franz Ferdinand)











09. Hot Fuss (The Killers)











10. Hibrid Theory (Linkin Park)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Stanley Jordan faz show para 17 pessoas em São Paulo

O professor de guitarra Felipe Cavalcanti, de 28 anos, passou boa parte do domingo em ônibus e trens. Mais precisamente, uma hora e meia para ir (e provavelmente outra hora e meia para voltar) do Morumbi até Guaianases, no extremo leste de São Paulo - e tudo isso debaixo de uma insistente garoa. Tudo isso para ver o americano Stanley Jordan, um dos maiores guitarristas de jazz do planeta.

Jordan foi a principal atração da mais recente edição da Quebrada Cultural. O evento, inspirado na Virada Cultural que acontece na região central, leva diversas atrações culturais à periferia paulistana, sempre com entrada gratuita. Neste final de semana, o festival aconteceu em dois locais: além de Guaianases, na zona leste, também no Grajaú, no extremo sul da capital paulista.

Era de se esperar que a presença de um dos maiores guitarristas do mundo, num show gratuito e numa área carente de atrações culturais, atraísse um grande público. Mas não foi isso que aconteceu na Praça de Eventos de Guaianases, nome imponente que batiza uma espécie de estacionamento às margens do Ribeirão Itaquera: pouco antes de sua apresentação começar, havia exatamente 17 pessoas na plateia. Isso mesmo, 17.

Felipe Cavalcanti era uma delas. Junto com os amigos Kátia Arteiro e Carlos Alberto, atravessou a cidade inteira só para ver o guitarrista. Eram parte da metade do público que claramente era fã de Jordan. A outra metade era formada por curiosos. "A gente queria que tivesse mais gente aqui. Mas quem está aqui, está de coração", afirmou o mestre de cerimônia da festa, pouco antes do show começar.

O professor de violão Wilson Sarmento, de 54 anos, tinha algumas explicações para o pequeno público. "Isso aqui foi muito mal divulgado. Eu mesmo só fiquei sabendo por acaso, quando procurava informações sobre um outro show", conta. Ele também teve dificuldades para encontrar o local da apresentação. "A sinalização está péssima. E olha que eu conheço bem essa região", criticou.

Uma integrante da organização do evento, que preferiu não se identificar, também apontou a divulgação insuficiente como principal culpada pelo fracasso de público. Outro fator importante, segundo ela, foi trazer um artista desconhecido da população da região. "Eu sei que isso pode parecer preconceituoso, mas o pessoal aqui só quer saber de pagode e rap. Aqui ninguém sabe quem é esse cara", disse.

O diagnóstico poderia fazer algum sentido se Stanley Jordan fosse a única atração da Quebrada Cultural. Mas, antes dele, apresentaram-se cantoras como Vanessa Jackson (vencedora da primeira edição do reality show Fama) e Quelynah (uma das estrelas da minissérie Antonia), e mesmo assim a plateia não passava das 50 pessoas.

Jordan, é importante dizer, comportou-se como se tocasse para um estádio lotado. É verdade que, às vezes, dava olhares desanimados para o horizonte. Mas mostrou um profissionalismo exemplar ao ajustar o som até que ele estivesse de acordo com sua vontade. O que levou cerca de 40 minutos e irritou produção e parte do público, mas fez com que sua guitarra fosse ouvida com clareza pelas 17 pessoas que ali estavam.

Ele tocou junto com dois brasileiros: Dudu Lima, baixista que o acompanha há algum tempo, e Ivan Conti (vulgo Mamão), um dos maiores bateristas do Brasil. O show durou pouco mais de uma hora, e teve como pontos altos as impressionantes versões de "Insensatez" e "Eleanor Rigby". Uma bela amostra da técnica única de Jordan, que toca as cordas de sua guitarra como se fossem as teclas de um piano.

No final, um sorriso tímido e nada de bis. Para os poucos e insistentes fãs, ficou a lembrança de um grande show e a expectativa de um longo caminho de volta para casa.

Fonte: http://musica.ig.com.br/noticias/2009/12/14/stanley+jordan+toca+para+17+pessoas+em+guaianases+9233246.html