domingo, 21 de março de 2010

Acoustic Heroes

Depois do surgimento dos games para tocar guitarra virtual (primeiro a série Guitar Hero, depois a série Rock Band), o termo guitar hero se popularizou. Hoje qualquer um pode fazer a associação deste novo termo com músicos como Slash, Van Halen, Jimmy Page, Jimi Hendrix e outros.

Mas uma habilidade destes grandes músicos muitas vezes passa desapercebido para aqueles fãs que esperam um soco no peito desferido por um potente amplificador de guitarra. E esta habilidade aparece quando eles desligam tudo da tomada. Vejamos alguns vídeos interessantes.

É claro que o começo tinha que ser com o mestre Jimi Hendrix. Neste vídeo ele debulha um violão de 12 cordas - para os desavisados, é necessária uma pegada monstruosa pra tocar tudo isso aí.



Avançando para os anos 70 chegamos ao álbum Led Zeppelin III, do Led Zeppelin, álbum marcado por uma sonoridade mais acústica. Dentre as músicas do disco está Tangerine, música que pode ser um motivo de orgulho nacional pois foi gravada com uma craviola, instrumento de doze cordas semelhante ao violão e de origem brasileira. PS.: Infelizmente não achei uma performance ao vivo com a craviola, pois o Page geralmente usava a famosa Gibson EDS-1275 (a double neck) para as performances ao vivo desta música.



Dando um pulo direto para os anos 90, chegamos a duas bandas compostas por virtuosis: o Extreme (do guitarrista Nuno Bettencourt) e o Mr. Big (do baixista Billy Sheehan e do guitarrista Paul Gilbert). A versão de Hole Hearted do vídeo conta ainda com a participação de John Paul Jones, baixista do Led Zeppelin.





E para encerrar com uma surpresa, uma aparição de Joe Satriani com um simples violão - e com cabelo!



O violão faz parte do aprendizado de muitos guitarristas. É com ele que os caras aprendem os primeiros acordes, treinam as primeiras técnicas e tudo mais. E mesmo depois do desenvolvimento como guitarristas, eles ainda chegam em casa, pegam o violão encostado no canto do quarto e tiram algumas notas despretenciosas. Esta é a grande mágica do violão: a musicalidade portátil, a simplicidade e ao mesmo tempo a riqueza de seus recursos. Só quem tem muitos anos de estrada pra entender esta magia - e é por isso que meus poucos anos como violeiro/guitarreiro não são suficientes para dar tal explicação.

sábado, 13 de março de 2010

Motel para fãs do Pink Floyd

Primeiramente, queria pedir desculpas aos meus (poucos) seguidores. A vida atribulada de último-anista de Engenharia me roubou muito tempo nas últimas semanas, - eufemismo para últimos dois meses - o que me levou a abandonar um pouco este blog. Espero poder recompensar este hiato com algumas postagens um pouco mais frequentes, mas não encarem isto como uma promessa. E para voltar, uma volta em grande estilo, com um post que eu planejava há bastante tempo.

Como todo bom itaquerense, passo frequentemente pela Radial Leste, uma das principais vias de São Paulo, que liga Guianazes (extremo leste) ao centro da cidade. Esta via na verdade é composta de várias ruas e avenidas onde cada uma começa onde a outra termina: Avenida Alcântara Machado, Viaduto Pires do Rio, Rua Melo Freire, Avenida Conde de Frotin, Avenida Antônio Estêvão de Carvalho, Avenida Doutor Luís Aires e Avenida José Pinheiro Borges. E nas várias passadas por esta via, uma coisa curiosa não poderia ficar desapercebida: a pintura do portão de um motel. Vejam algumas fotos:



Mudando de assunto - mas nem tanto assim. Dia 28 de março de 1994 foi lançado o álbum The Division Bell, o 12º e último álbum do Pink Floyd - já há muito tempo sem o baixista da formação original, Roger Waters. O álbum fala basicamente sobre comunicação. Eis a capa do álbum:

Há!! Como diria o mestre Zagallo:


Fica o questionamento: o que leva um dono de motel/drive-in a pintar a capa de um disco de Rock Progressivo no portão de seu estabelecimento? Das duas uma: ou o cara é muito fã da banda e quis homenageá-la no lugar de trabalho ou não tem nem noção do que significa aquilo. Venhamos e convenhamos: relacionar Pink Floyd e os prazeres da carne não é lá uma estratégia de Marketing das mais bem sucedidas.

Bom, moças fãs de Pink Floyd interessadas em fazer um test-drive, estou disponível a negociações. Podemos aproveitar a oportunidade e completar esta foto:

domingo, 3 de janeiro de 2010

Quase Famosos: Uma Viagem à Época de Ouro do Rock

Domingo, 3 de dezembro de 2009, 00:48. Momento extremamente incomum para escrever um texto, considerando que pessoas “normais” estão curtindo a noite na balada ou nas praias, ou na pior das hipóteses dormindo. Mas minha opção desta noite foi diferente. Acabei vindo tomar conta da minha avó, que está doentinha, e “peguei o notebook da minha irmã emprestado sem ela saber” para ver uns filmes. Dentre as opções de filme havia REC e Quase Famosos. Optei pelo segundo, por conselho do meu cunhado. Agora, às 00:52, posso dizer que esta escolha fez a minha noite valer a pena. Tanto que reservei um tempo na madrugada para refletir e escrever este texto.


O filme, em poucas palavras, conta a história de um garoto (Willie) que escreve textos sobre música para jornais locais sem muita expressão – qualquer semelhança com o indivíduo que vos fala não é mera coincidência. Ele conhece um escritor de uma revista de maior porte, a Cream, que o convida para escrever um texto sobre o Black Sabbath – ah, o filme se passa em 1973. Indo ao show da banda pioneira do Heavy Metal, Willie faz contatos com uma banda de menor expressão, o Stillwater, e a partir daí passa a acompanhar a rotina da turnê da banda. O conflito do filme gira em torno de uma proposta que o garoto recebe para escrever um artigo para a Rolling Stone, fazendo com que ele fique dividido entre o profissionalismo e a amizade que cria com o grupo.

Para os fãs de Rock n’ Roll, o filme é um prato cheio. A começar pela trilha sonora: Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple, Yes, etc. Cenas com o ônibus na estrada com clássicos acústicos como Tangerine ao fundo são de comover qualquer roqueiro de meia idade. Mas o que chama mais a atenção é a realidade de uma banda na estrada e todos os clichês que nós imaginamos (ou não): groupies (groupies não, “ajudantes da banda”), disputas de ego, conflitos existenciais, problemas com drogas, conflito com empresários e com imprensa, dentre outros. Tudo isto trás um imenso sentimento de nostalgia com relação à época mais idealista do Rock, quando os conflitos contra o capitalismo que o cercava chegaram ao auge.

No meio deste caldeirão está o garoto Willie, criado por uma mãe viúva mão-de-ferro que às duras penas cedeu às vontades do filho em seguir a banda. O que era pra durar alguns dias se estendeu por semanas, sempre com o garoto no encalço do guitarrista Russel Hammond tentando obter uma entrevista. Pra piorar, ele assiste a groupie Peny Lane (“Penny lane is in my ears and in my eyes [...]”), pela qual se apaixonou, se derreter por Russel.

É um filme saudosista, mas ao mesmo tempo crítico – uma crítica mais polida, e não uma sátira como outro filme clássico sobre o Rock, This Is Spinal Tap. A crítica gira principalmente em torno do trabalho feito com a imagem das bandas. Além de ajudar na compreensão de como uma banda pode subir e descer o elevador da fama com a mesma facilidade, ele ainda dá aquele gostinho de reviver os anos dourados do Rock n’ Roll – ou matar os mais novos de inveja, no meu caso.

Domingo, 3 de dezembro de 2009, 01:14. Fim do texto. Bem que a Rolling Stone poderia dar uma olhadinha por aqui...

sábado, 2 de janeiro de 2010

1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer: A Bíblia da Música

Toda cabeceira deve começar com um livro sagrado, independente do credo da pessoa. Para mim, devoto da música, este livro é o 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer.


O livro trás, em 949 páginas, mini-resenhas de 1001 álbuns que vão desde In The Wee Small Hours (Frank Sinatra, 1955) até Myths of the Near Future (The Klaxons, 2007), divididas em capítulos relativos a cada década (de 1950 a 2000) - o curioso é a página inicial de cada capítulo, que trás uma imagem que traduz o modo pelo qual as pessoas escutavam música em cada época (da vitrola ao iPod). A maior parte das resenhas vem acompanhada com a lista de músicas do disco, e algumas delas vêm com comentários dos próprios músicos envolvidos e fotos da banda em questão. O livro é bastante democrático, listando vários estilos, dentre eles R&B, Soul, Funk (não o funk carioca, o funk de verdade, dos anos 70), MPB (sim, o Brasil marca presença, e de maneira significativa), Rap e Hip Hop. É claro que o Rock e a música Pop em geral dominam boa parte do livro.

O título parece pretensioso, mas depois de ler boa parte do livro esta carga de pretensão cai pela metade. Mas também não se pode apedrejar o autor do livro, já que a coletânea de resenhas foi feita nos Estados Unidos, ou seja, numa realidade musicológica diferente da realidade brasileira. A consequência disto é que muitos álbuns listados sequer fazem parte do conhecimento geral do público brasileiro - destaco os vários álbuns do The Kinks, os muitos álbuns de bandas alternativas dos anos 90 e 00, dentre muitos outros exemplos. Em contrapartida, muitos álbuns passaram desapercebidos, como o clássico Breakfast in America (Supertramp, 1979), Alive! (Kiss, 1975), dentre outros. Outro álbum que chamou a atenção pela falta de destaque foi o Pet Sounds (Beach Boys, 1966), preterido em relação a outro álbum dos Beach Boys.

Mas calma, fiquem tranquilos! Com este livro pode-se, tranquilamente, fazer um top 100 com os discos mais importantes da história da música. Dada a minha veia roqueira, vou fazer um top 10 dos álbuns mais importantes da história do Rock - aqueles álbuns que são quase obrigatórios de se escutar para se dizer entendido no mundo do Rock. Segue a lista:

01. Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band (Beatles, 1967)









02. The Dark Side of the Moon (Pink Floyd, 1973)











03. Are You Experienced (Jimi Hendrix Experience, 1967)











04. Back in Black (AC/DC, 1980)











05. A Night at the Opera (Queen, 1975)











06. Led Zeppelin IV (Led Zeppelin, 1971)











07. Nevermind (Nirvana, 1991)











08. Ramones (Ramones, 1976)











09. Never Mind the Bollocks Here's Sex Pistols (Sex Pistols, 1977)











10. Elvis Presley (Elvis Presley, 1956)