domingo, 3 de janeiro de 2010

Quase Famosos: Uma Viagem à Época de Ouro do Rock

Domingo, 3 de dezembro de 2009, 00:48. Momento extremamente incomum para escrever um texto, considerando que pessoas “normais” estão curtindo a noite na balada ou nas praias, ou na pior das hipóteses dormindo. Mas minha opção desta noite foi diferente. Acabei vindo tomar conta da minha avó, que está doentinha, e “peguei o notebook da minha irmã emprestado sem ela saber” para ver uns filmes. Dentre as opções de filme havia REC e Quase Famosos. Optei pelo segundo, por conselho do meu cunhado. Agora, às 00:52, posso dizer que esta escolha fez a minha noite valer a pena. Tanto que reservei um tempo na madrugada para refletir e escrever este texto.


O filme, em poucas palavras, conta a história de um garoto (Willie) que escreve textos sobre música para jornais locais sem muita expressão – qualquer semelhança com o indivíduo que vos fala não é mera coincidência. Ele conhece um escritor de uma revista de maior porte, a Cream, que o convida para escrever um texto sobre o Black Sabbath – ah, o filme se passa em 1973. Indo ao show da banda pioneira do Heavy Metal, Willie faz contatos com uma banda de menor expressão, o Stillwater, e a partir daí passa a acompanhar a rotina da turnê da banda. O conflito do filme gira em torno de uma proposta que o garoto recebe para escrever um artigo para a Rolling Stone, fazendo com que ele fique dividido entre o profissionalismo e a amizade que cria com o grupo.

Para os fãs de Rock n’ Roll, o filme é um prato cheio. A começar pela trilha sonora: Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple, Yes, etc. Cenas com o ônibus na estrada com clássicos acústicos como Tangerine ao fundo são de comover qualquer roqueiro de meia idade. Mas o que chama mais a atenção é a realidade de uma banda na estrada e todos os clichês que nós imaginamos (ou não): groupies (groupies não, “ajudantes da banda”), disputas de ego, conflitos existenciais, problemas com drogas, conflito com empresários e com imprensa, dentre outros. Tudo isto trás um imenso sentimento de nostalgia com relação à época mais idealista do Rock, quando os conflitos contra o capitalismo que o cercava chegaram ao auge.

No meio deste caldeirão está o garoto Willie, criado por uma mãe viúva mão-de-ferro que às duras penas cedeu às vontades do filho em seguir a banda. O que era pra durar alguns dias se estendeu por semanas, sempre com o garoto no encalço do guitarrista Russel Hammond tentando obter uma entrevista. Pra piorar, ele assiste a groupie Peny Lane (“Penny lane is in my ears and in my eyes [...]”), pela qual se apaixonou, se derreter por Russel.

É um filme saudosista, mas ao mesmo tempo crítico – uma crítica mais polida, e não uma sátira como outro filme clássico sobre o Rock, This Is Spinal Tap. A crítica gira principalmente em torno do trabalho feito com a imagem das bandas. Além de ajudar na compreensão de como uma banda pode subir e descer o elevador da fama com a mesma facilidade, ele ainda dá aquele gostinho de reviver os anos dourados do Rock n’ Roll – ou matar os mais novos de inveja, no meu caso.

Domingo, 3 de dezembro de 2009, 01:14. Fim do texto. Bem que a Rolling Stone poderia dar uma olhadinha por aqui...

8 comentários:

  1. Muito interessante seu texto.
    Já ouço há muito tempo falar desse filme, mas até hoje ainda não o assisti.
    Acho que vou tentar espantar a preguiça essa semana e ver se consigo assistir.
    Só pela trilha sonora já vale a pena. =D

    E se me permite uma pequena correção:ao contrário da banda, o nome da revista é Rolling StonE, no singular, ok?

    Abraço.

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  2. Bá, cara!
    Baita texto.MUITO BOM, MESMO!
    Eu vi esse filme faz um ano mais ou menos, na Tv à Cabo e, eu não sabia do que se tratava, até o filme começar.
    Eu,como um fã, tiete - assumido - Do Led, fiquei de empolgação absurda.

    Também meio que me vi como o guri!ashusahuashusa

    Cara, olha só - sobre tua pergunta, de como fazer uma lista dos Blog's que tu curte, é simples.
    Tu vai no painel do teu blog(o que tu entra quando põe o Login) - depois, tu clica ali em Layout.Quando tu entrar no Leyout, vai ter um monte de quadrados e retângulos, que simulam o molde que teu blog se encontra.
    Na barra lateral direita, a primeira, pra ser mais exato, tu vai encontrar um retângulo escrito: Adicionar GadGaget(ou algo assim) - clica nisso.

    Aí vai abrir uma janela, e tu escolhe a opção Fazer lista de Blogs - tipo, vão ter várias opções ali pra ti - mas se tu desbravar, tu acha!
    Qualquer coisa que tu não consiga, te mando uns Print's.

    Aí sempre que tu quiser add um novo, é só ir no retângulosinho que vai ser criado ali, e add um Blog novo.

    Simple!
    hehe!

    Cara, mais uma vez, meus parabéns - BAITA BLOG!

    Dei uma puta sorte de ter o achado!

    Grande abraço, brother!

    Rock in life for u!

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  3. Valeu pela errata, "Anônimo"! Se não fosse você e outros leitores para me dar estes toques, eu ficaria passando vergonha com estes errinhos...

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  4. Eu sabia disso, mas dessa vez não me detive ao erro!
    De mais à mais, todo mundo entendeu!

    ;)
    sahuhusauhas

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  5. Gostei do texto, fez o meu interesse pelo filme que era quase nula, subir para interessante. ^^
    Uma amiga já tinha visto e falado que é muito bom, agora vou ver se assisto. =)

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  6. Papo de um fã de Rush pra outro, queria ver um resenha tu sobre o álbum "Counterparts" dos nossos mestres, que tu achas?

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  7. Filme perfeito, trilha sonora cicatrizante, parabéns pelo blog e estilo!

    te sigo!

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  8. Esse é o melhor filme que eu já vi, e a quem gostou de Almost Famous - Quase famosos, eu aconselho o filme:> The Wonders, O Sonho não acabou< esse filme é muito massa, e conta a história de uma banda criada meio que por acaso, bom demais....

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