Como eu já havia dito no primeiro post, este blog não terá só resenhas sobre álbuns. Ele terá outras discussões acerca do tema música que eu julgue serem interessantes. Eis a primeira delas: vou analisar aqui a letra da música Casa, do Lulu Santos. Esta música tem mais de vinte anos, mais ainda é muito atual, como toda a obra do Lulu Santos - o que ele escreveu nos anos 80 já era à frente do seu tempo, e continua sendo atual nos anos 2000.
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Música: Casa
Álbum: Lulu (1986)
Autor: Lulu Santos
Primeiro era vertigem como em qualquer paixão
Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir no ritmo
Depois era um vício, uma intoxicação
Me corroendo as veias, me arrasando pelo chão
Mas sempre tinha a cama pronta e rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão prá você ver
Que eu tô voltando pra casa, me vê
Que eu tô voltando pra casa outra vez
Às vezes é tormenta, fosse uma navegação
Pode ser que o barco vire, também pode ser que não
Já dei meia-volta ao mundo levitando de tesão
Tanto gozo e sussurro já impresso no colchão
Pois sempre tem a cama pronta e rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão prá você ver
Que eu tô voltando pra casa, me vê
Que eu tô voltando pra casa outra vez
Primeiro era vertigem como em qualquer paixão
Logo mais era um vício me arrasando pelo chão
Pode ser que o barco vire, também pode ser que não
Já dei meia-volta ao mundo levitando de tesão
Pois sempre tem a cama pronta e rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão prá você ver
Que eu tô voltando pra casa, me vê
Que eu tô voltando pra casa outra vez
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Esta música parece ser feita para aquele cara que chifrou (ou ainda chifra) a mulher e depois se arrepende. Nos primeiros versos ele mostra que anda aprontando, mas fala das coisas legais:
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Música: Casa
Álbum: Lulu (1986)
Autor: Lulu Santos
Primeiro era vertigem como em qualquer paixão
Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir no ritmo
Depois era um vício, uma intoxicação
Me corroendo as veias, me arrasando pelo chão
Mas sempre tinha a cama pronta e rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão prá você ver
Que eu tô voltando pra casa, me vê
Que eu tô voltando pra casa outra vez
Às vezes é tormenta, fosse uma navegação
Pode ser que o barco vire, também pode ser que não
Já dei meia-volta ao mundo levitando de tesão
Tanto gozo e sussurro já impresso no colchão
Pois sempre tem a cama pronta e rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão prá você ver
Que eu tô voltando pra casa, me vê
Que eu tô voltando pra casa outra vez
Primeiro era vertigem como em qualquer paixão
Logo mais era um vício me arrasando pelo chão
Pode ser que o barco vire, também pode ser que não
Já dei meia-volta ao mundo levitando de tesão
Pois sempre tem a cama pronta e rango no fogão
Luz acesa, me espera no portão prá você ver
Que eu tô voltando pra casa, me vê
Que eu tô voltando pra casa outra vez
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Esta música parece ser feita para aquele cara que chifrou (ou ainda chifra) a mulher e depois se arrepende. Nos primeiros versos ele mostra que anda aprontando, mas fala das coisas legais:
Primeiro era vertigem como em qualquer paixão
Era só fechar os olhos e deixar o corpo ir no ritmo.
Depois ele começa a perceber que está fazendo cagada e mostra o arrependimento:
Depois era um vício, uma intoxicação
Me corroendo as veias, me arrasando pelo chão.
E aí vem o cúmulo da cara-de-pau e ele se dá conta que tem o bem-bom esperando em casa. E ainda anuncia que vai voltar:
Mas sempre tinha a cama pronta e rango no fogão
[...] me espera no portão prá você ver
Que eu tô voltando prá casa
E depois do refrão ele ainda relembra dos "bons tempos", comparando o relacionamento extra-conjugal com o navegar em um barco:
Às vezes é tormenta, fosse uma navegação
Pode ser que o barco vire, também pode ser que não
Já dei meia-volta ao mundo levitando de tesão
Tanto gozo e sussurro já impresso no colchão.
Ele até mostra um certo temor de que tudo dê errado, mas bem de leve:
Pode ser que o barco vire, também pode ser que não
Eu achei muito legal a letra pela sutileza com a qual o Lulu trata este assunto. Além disso, eu não lembro de uma música de um chifrador arrependido - ao contrário de música de chifrado, das quais já estamos fartos.
Quanto à música em si, o Lulu mostra que é um produtor de mão cheia. O cara conseguiu criar um clima de suspense nas estrofes, e boa parte deste clima se deve à harmonia. Os acordes da harmonia têm várias notas em comum, tendo variações só na nota tônica (ou seja, a mais grave), o que, junto com os teclados, dão uma bela textura à música. E na entrada dos refrões ele usa delays na guitarra que lembram muito o mestre The Edge do U2 - e olha que nesta época o The Edge estava só começando a explorar as sonoridades loucas que o tornariam conhecido até hoje.
Pra acabar, um vídeo com a performance ao vivo, que é muito legal: http://www.youtube.com/watch?v=ihgqAmxwVXo
Eu acho que esta letra o cara está viajando de paixão e sai de "casa"que é a razão.... qdo passa a vertigem, o vício da paixonite e ele cai na real, percebe q apesar de ter o conforto da rotina, volta a si mesmo, a sua casa, sua racionalidade.
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